quarta-feira, 25 de julho de 2007

História de uma gata
Enriquez - Bardotti - Chico Buarque/1977
Para o musical infantil Os saltimbancos
Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram

O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé...de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás.

sábado, 21 de julho de 2007

O laço

"Meu Deus!!! Como é engraçado!...
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas?
Se enrosca...
Mas não se embola , vira, revira, circula e pronto: está dado o abraço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento?
Como umpedaço de fita?
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz - romperam-se OS laços.
E saem as duas partes, iguais meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Dar laços e abraços tem segredos:
Não prender, não escravizar, não apertar, não sufocar.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço".